Diego Murillo Merlot 2010


Noite dessas me aventurei, de novo, na cozinha aqui de casa. E acertei na ideia e na mão como sempre, modéstia à parte 😀
Catei o que tinha na geladeira e despensa e inventei uma massa com molho de tomates, legumes grelhados, queijo Brie e ovos cozidos esfarelados. Ficou muito gostoso e bonito, veja só a foto!

Chamei de Linguine a la Diego Murillo, em homenagem ao vinho que me fez companhia e que valorizou ainda mais a minha criação gastronômica 😉 O vinho Diego Murillo Merlot 2010 é mais um vinho da Bodega Humberto Canale, da Patagônia e que produz belos exemplares. Foi adquirido na Wine.com.br e custou cerca de 25 reais, estava em uma dessas promoções que o site faz de quando em quando. Baita vinho por esse valor!

De aroma e sabor únicos, Diego Murillo agradou de cara, já no abrir da garrafa. Notas aromáticas muito delicadas de frutos silvestres, um toque de cassis e mesmo uma “pegada” de cereja, realmente uma composição perfumada muito interessante e agradável. Na boca, fez uma festa: harmonizou muito bem com o Linguine, o molho levava bastante queijo e isso ajudou a equilibrar o sabor intenso, realçando os taninos macios. Tudo isso levando a um final longo e de certa maneira picante… Belo Merlot, mas arrisco a dizer que é obrigatório o acompanhamento de comida, pra destacar bem os atributos desse vinho.

Ficha técnica

Produtor: Humberto Canale

Tipo: Tinto – Merlot

Região: Patagônia

País: Argentina

Uvas: Merlot(100%).

Graduação Alcoólica: 13.5%

Temperatura de Serviço: 15oC

Envelhecimento: 3 meses em garrafa.

Diretrizes Enogastronômicas: Carne de cordeiro assada, carnes vermelhas grelhadas, massas com molhos intensos e queijos maduros.

Safra: 2010

Conteúdo: 750

Cor: Vermelho intenso com reflexos violáceos.

Um vinho da terra dos Incas

Às vezes a vida nos brinda com algumas amizades inesperadas, que florescem rapidamente, baseada em uma fórmula mágica de interesse comum por certos assuntos, principalmente por história, geografia, cultura e gastronomia. E foi assim que aconteceu entre mim e o catalão de nascença e brasileiro de adoção Jordi Castan. Residente há décadas aqui em Joinville, ele é um paisagista renomado, colunista de mão cheia e um baita de um companheiro nas rodas de cerveja que acontecem no Bar do Zeppa.

Por força do seu ofício, Jordi viaja mundo afora, e em uma de suas viagens pela América Latina, me trouxe um vinho peruano. É como diz aquele ditado ‘vivendo e aprendendo’ pois nem imaginava que existia uma indústria vinífera no Peru. O aprendizado do ditado acabou virando pesquisa e conhecimento. Fiquei realmente instigado, principalmente pelo fato da região, o Vale de Ica, ser o berço de um assunto que sempre me fascinou desde criança: a civilização Inca.

O belo nome já entrega que o produtor Bodega Santiago Queirolo bebeu dessa fonte: Intipalka significa Vale do Sol em quechua, a língua dos Incas. Um rótulo elegante, limpo, muito belo. Já ganhou pontos de cara 😉

O Intipalka Malbec (40%) Merlot (60%) Reserva é um vinho de um rubro profundo, revelando tons brilhantes muito belos. A cor é realmente um show a parte. Sentindo os aromas, percebi um belo trabalho de harmonizar a personalidade frutífera do Malbec (amoras, ameixas e morangos) com o toque mais maduro e adulto do Merlot. Diferente, e me agradou bastante.

E a surpresa final fica por conta do sabor. Muito frescor na boca, harmonizando taninos super suaves e um final longo e de muita personalidade. Me flagrei (quase) dando longos goles, de tão saboroso e de fácil interação que é esse ótimo vinho.

Como foi um presente, não perguntei nem me interessei em saber o preço.

Pra falar a verdade, certas coisas como a amizade e um bom vinho nunca são caras ou baratas demais. São simplesmente sem preço.

O Vinho do Drácula

Ah, o fascinante mundo do vinho… Quem poderia imaginar que, direto da lendária Transilvânia, existe um vinho em homenagem ao Conde mais assustador do mundo e seus fiéis seguidores?

O Bats Blood (sangue de morcegos, literalmente) é um Merlot produzido na Romênia e comercializado em uma embalagem em formato de caixão, pra dar o toque mórbido final no conjunto. Você pode comprar online (por sua conta e risco). Não sei quanto a qualidade desse curioso vinho, mas os reviews da galerinha gótica no site são super positivos, além do que o produtor afirma que “o Bats Blood não é apenas um rostinho bonito”.

Fica a dica então para um ótimo motivo para se beber vinho em datas mais obscuras, no Halloween por exemplo!

Ochagavia Silvestre

Quando a gente pensa em vinho chileno, logo pensa nos carmenères da vida. Mas para minha surpresa, o Ochagavia Silvestre Merlot 2007 se revelou um varietal de personalidade marcante!

Um cheirinho gostoso de café da manhã, mesclando flores, doce de leite, mel, chocolate… Aliás, impressionante o aroma desse merlot, uma verdadeira festa para o olfato. De sabor bem pautado em frutas vermelhas e toque de especiarias suaves, ele simplesmente caiu como uma luva no acompanhamento de um petisco de queijo brie com geléia de damasco.

Por 25 reais no site da Wine, pode-se recomendar sem medo esse chileno, sem medo de ser feliz 😀

Ficha Técnica (produtor)

Produtor: Ochagavia

Tipo: Tinto – Merlot

Região: Valle Central

País: Chile

Uvas: Merlot(100%).

Graduação Alcoólica: 13.8%

Temperatura de Serviço: 15oC

Envelhecimento: 40% do vinho é envelhecido em barris de carvalho francês e americano durante 4 meses.

Diretrizes Enogastronômicas: Chuletas de porco ao molho agridoce, massas em preparações a base de polpa de tomate e ervas frescas. Perfeito com gruyère ou gouda.

Safra: 2007

Conteúdo: 750

Aromas: Seus aromas recordam os frutos negros confitados, tal como compota de amora e mirtilo, com notas de chocolate e baunilha.

Sabor: Na boca é um vinho que possui taninos suaves e doces, com delicioso frescor e notável persistência.

Cor: Rubi violáceo intenso.