E deu Portugal na Wine Spectator…

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Leitores da Wine Spectator já sabem. Mas para quem não segue esta bíblia, eis a notícia: dos quatro melhores vinhos do mundo eleitos este ano, três são portugueses (ou melhor, do Douro). Eis a lista:

1º lugar: Dow’s – 2011 – Vintage Porto – Portugal.
2º lugar: Mollydooker Vale Carnival of Love – 2012 – Austrália.
3º lugar: Chryseia – 2011 – Douro – Portugal.
4º lugar: Quinta do Vale Meão – 2011 – Douro – Portugal.

O resultado da escolha comprova a evolução dos vinhos portugueses nos últimos tempos, em especial na região demarcada da Douro, no norte do país. Já no ano passado houve quatro nomeações para os TOP 100 da revista, mas a melhor posição alcançada foi um 13ª lugar.
Os vinicultores europeus sabem que os brasileiros preferem os vinhos com maior teor alcoólico (o que chega a ser um contrassenso, uma vez que o Brasil tem temperaturas mais elevadas), mas os vinhos do Douro, apesar de na generalidade terem menos álcool, têm as características que melhor se adaptam aos paladares menos habituados (todos sabemos que a “cultura” do vinho ainda é recente no Brasil). Vinhos do Douro: fica a dica.

Por: José António Baço

Winebar. Ou como inovar de verdade em um mercado tão óbvio.

O mundo do vinho é um mundo óbvio. E por muitas vezes, hermeticamente chato para a pessoa normal, que no fim das contas e do dia, só quer tomar uma taça de um vinho que agrade ao seu paladar e ao seu bolso. A pessoa normal, ela que faz parte da grande massa de consumidores ainda a ser conquistada (e que creio que seja a que vai ser a responsável pelo grande boom do mercado de vinho no Brasil, quando conquistada).

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Esse mundo anda muito menos chato ultimamente, graças ao esforço criativo e inovador de dois caras que posso me orgulhar em chamar de amigos. Alexandre Frias e Daniel Perches, dois enófilos super criativos, são os responsáveis por um dos projetos mais legais dos últimos tempos: o Winebar. Projeto legal para eles que criam e interagem com produtores nacionais e internacionais, legal para nós que aprendemos cada vez mais sem frescura e muito legal praquela nossa “pessoa normal” que pode curtir e entender novas fronteiras do vinho de uma maneira descontraída e muito prática.

Por meio de transmissões ao vivo online, o Winebar quebra de verdade alguns paradigmas. É inovador e desmistificador. Afinal, estamos cara-a-cara com os produtores, enviando as nossas considerações, opiniões, fazendo perguntas e comentários. Um grande debate do vinho, democrático e divertido. Melhor ainda para alguns blogueiros que recebem amostras dos vinhos apresentados na oportunidade. É uma ação inteligente extremamente bem executada.

Winebar se supera quando a gente recebe um dos vinhos apresentados.

Winebar se supera quando a gente recebe um dos vinhos apresentados.

Essa rasgação de seda é sincera. Sou um entusiasta do vinho, mas não um profissional que vive desse mercado. Sou um admirador de ideias que têm aquele algo mais. E o Winebar é uma dessas ideias.

Parabéns Alexandre e Daniel. Que possamos continuar juntos, a assistir ao crescimento deste produto de mídia alternativo e, de novo porque merece o adjetivo, inovador.

Vinho e ‘street art’

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O que o vinho tem a ver com a street art? Nada. A não ser que sirva de inspiração para alguma obra. E em se tratando de Portugal, um país repleto de apreciadores de vinho, isso tinha que acontecer cedo ou tarde. A imagem apresentada aqui integra uma coleção de pinturas feitas em muros numa das zonas mais turísticas de Lisboa, junto ao rio Tejo. O mural é parte de uma coleção de 10 peças dedicada a dar cara contemporânea ao clássico “Os Lusíadas”, de Luís de Camões. Na fotografia é possível ver a cena onde um dos deuses tem tatuado, no ombro, a expressão “eu (coraçãozinho) vinho”. Uma cena muito portuguesa, com certeza. Os murais da série “Lusíadas Revisitados” são de autoria do ARM Collective, formado por dois dos street artists mais respeitados do país. E ao contrário de muitas pessoas no Brasil, que veem vandalismo nas pinturas de rua, na Europa a atividade é considerada arte. Tanto que o projeto foi financiado por um banco.

Por José António Baço

Não é só de javali que vive o Obelix!

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Gerard Depardieu imortalizou nas telas de cinema uma das personagens mais carismáticas dos quadrinhos: o gaulês Obelix. Mas ao contrário da ficção, onde Obelix era fascinado por javalis, os banquetes de Depardieu têm é muito vinho. Em recente declaração à Revista SoFilm, o ator francês descreve sua rotina etílica em um dia aborrecido (conforme justificou): “Começo em casa, com champanhe ou vinho tinto antes das 10h. Depois mais champanhe e a seguir “pastís”, talvez meia garrafa. O almoço é acompanhado de duas garrafas de vinho. À tarde, champanhe, cerveja, outra vez “pastís” até às 17h para acabar a garrafa. Posso beber 12, 13, 14 garrafas de vinho.”
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Será que ele quando criança caiu em um barril de vinho ao invés de um caldeirão de poção mágica?

Wine Bar com EXPAND!

É com imenso prazer que irei participar de mais um Wine Bar, no dia 2 de setembro. O Wine Bar, pra quem não sabe, é uma ideia genial dos amigos Alexandre Frias e Daniel Perches onde podemos degustar vinhos e interagir com o produtor ou enólogo, ao vivo via streaming de vídeo e redes sociais. Muito bacana! A estrela desta vez serão os vinhos LES AMIS, da importadora EXPAND.

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Music, iron and wine

O que acontece quando você gosta de música downtempo e de vinho? É provável que um dia acabe por encontrar “Iron & Wine”, que é o nome artístico do músico norte-americano Samuel Beam. Quando dei de cara com o músico fiquei curioso acerca da escolha desse nome e, obviamente, imaginei uma ligação ao vinho (a Carolina do Norte, onde ele vive, tem tradição na vinicultora e enoturismo). Mas não. A origem do pseudônimo foi algo inesperado: ele escolheu a partir de um suplemento de ferro chamado “Beef, Iron & Wine”, vendido nos Estados Unidos. De qualquer forma, fica a dica. Se quer ouvir um bom downtempo, como laivos de folk, indie ou mesmo blues, experimente ver este filme de uma apresentação na NPR – National Public Radio. Ou então abra uma garrafa de vinho, vá ao Spotify, ouça “Iron & Wine” e descontraia. Ah… e se por vezes parecer que está a ouvir algo parecido com Simon & Garfunkel, não estranhe. Eles provavelmente são precursores do downtempo.

by José António Baço

A bola e a uva

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A Copa acabou. Mas, tem craque que ainda rende notícia aqui no blog. Leonel Messi, em conjunto com a vinícola Valentin Bianchi, lançou há algum tempo uma linha de vinhos que leva a assinatura do camisa 10 argentino. Parte da renda é destinada à Fundação Leo Messi, que tem como objetivo ajudar no desenvolvimento de crianças carentes. Ainda não tivemos o prazer de degustar, mas os rótulos são belíssimos.

Inovar é fazer o inesperado

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Há uma coisa que tenho dificuldades em assimilar: são os novos materiais para a fabricação de rolhas das garrafas de vinho. Até parece que as soluções em plástico ou tampas de rosca trazem algumas vantagens, em especial na redução dos preços, mas para os bebedores mais tradicionais nada parece ser capaz de substituir as velhas rolhas de cortiça. Se olharmos para uma rolha de garrafa de vinho parece não haver muito o que inventar, no sentido de acrescentar funcionalidades a este vedante natural. Mas hoje em dia todas as empresas – de todos os setores – precisam estar numa constante busca de inovação. É o que torna possível inovar num produto secular e que todos veem como um simples cilindro de cortiça. Há poucos meses surgiu o “Helixconcept”, um projeto que traz uma nova proposta em termos de rolhas para vinho. Ainda sem grande difusão no mercado, é um sistema de rolha tradicional de cortiça, mas com rosca. O sistema pode mesmo determinar a aposentadoria dos saca-rolhas. Mas como melhor do que falar é mostrar, deixo aqui o filme de apresentação da nova rolha.

Por: José António Baço